Hormônios e ligação com Artrite
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As doenças autoimunes são mais comuns em mulheres do que em homens e as condições inflamatórias autoimunes artríticas têm tendência a serem prevalentes em mulheres, a artrite reumatoide, por exemplo, é 2-3 vezes mais comum em mulheres do que em homens e o Lúpus eritematoso sistêmico tem 10 vezes mais chances de ocorrer em mulheres do que em homens.
Para saber o motivo pelo qual as mulheres são mais suscetíveis a doenças autoimunes do que os homens, estudos foram conduzidos sobre as diferenças hormonais e a sua influência no sistema imunológico.
Muitos estudos têm examinado como certos hormônios reprodutivos, como estrogênio, progesterona, DHEA e testosterona, desempenham um papel na resposta do sistema imunológico e a conclusão que parece ser mais importante é que o equilíbrio adequado desses hormônios são críticos não apenas para reduzir a probabilidade de distúrbios autoimunes, mas também para ajudar a equilibrar as respostas do sistema imunológico, em geral.
Hormônios e ligação com Artrite – Estrogênio
O estrogênio é um regulador poderoso do sistema imunológico, e a relação entre o estrogênio e o sistema imunológico é complexa.
Por muitos anos após a publicação do Nurse’s Health Study, vários estudos refutaram a ideia de que o estrogênio poderia ser estimulador do sistema imunológico.
Uma razão para isso é que certas doenças autoimunes, como a AR, tendem a piorar quando as mulheres entram na menopausa e seus níveis de estrogênio diminuem.
Outra razão é que as mulheres grávidas, que frequentemente entram em remissão durante a gravidez, têm níveis mais elevados de estrogênio e progesterona durante a gravidez.
Mas um olhar mais atento sobre os efeitos do estrogênio no sistema imunológico nos mostra um quadro muito mais complexo.
Então precisamos entendem o delicado equilíbrio entre os hormônios.
Macrófagos e linfócitos contêm 2 tipos de receptores de estrogênio: ER-α e ER-β.
A estimulação desses receptores de estrogênio em linfócitos aumenta a proliferação celular e reduz a apoptose celular.
O estrogênio também estimula a proliferação de células B e reduz apoptose em células B auto-reativas que estimulam a autoimunidade. O metabolismo de estrogênio de uma mulher também desempenha um papel importante.
Comparados com outros metabólitos de estrogênio, os estrogênios 16α-hidroxilatados (metabólitos de 17β-estradiol e estrona) tendem a ser associados com estados inflamatórios naqueles com artrite reumatóide e Lúpus eritematoso sistêmico.
Estes metabólitos são frequentemente encontrados como significativamente aumentados no fluido sinovial de pacientes com artrite reumatóide em homens e mulheres.
Níveis elevados de aromatase também têm sido observados no fluido sinovial desses pacientes, sugerindo que o metabolismo do estrogênio para esses metabólitos pode ocorrer dentro do próprio espaço articular.
Isto combinado com um aumento nos receptores de estrogênio no fluido sinovial, é perfeito para promover a inflamação.
Assista meu vídeo: Como tratar endometriose e predominância estrogênica?
Hormônios e ligação com Artrite – Progesterona
A progesterona, por outro lado, parece diminuir a resposta do sistema imunológico.
Na verdade, essa pode ser a razão para a melhora dos sintomas ou remissão da doença durante a gravidez, ao invés do aumento do estrogênio.
A progesterona estimula alguns receptores glicocorticoides em células imunes para suprimir a produção de interferon (IFN)-α.
Assim, níveis mais baixos de IFN-α têm sido observados no sangue de mulheres saudáveis durante a fase luteal de seu ciclo ovulatório quando seus níveis de progesterona estão no seu nível mais alto.
Altos níveis de progesterona também suprimirem a diferenciação das células TH17, bem como ajudam com a diferenciação regulatória de células T (TReg) das células CD4+ (Células que participam da patogênese de doenças inflamatórias autoimunes).
Hormônios e ligação com Artrite – Testosterona
A testosterona, assim como a progesterona, também parece diminuir a resposta do sistema imunológico.
Os homens com artrite reumatóide muitas vezes têm níveis anormalmente altos de estradiol sérico e níveis mais baixos de testosterona.
Os níveis de DHEA também tendem a ser mais baixos tanto em mulheres quanto em homens com artrite reumatóide e Lúpus eritematoso sistêmico.
Em oposição ao estrogênio, a testosterona promove apoptose de macrófagos.
Camundongos tratados com testosterona também mostram uma redução na proliferação de células B, enquanto níveis mais baixos de testosterona sérico levam a níveis significativamente elevados de linfócitos de células B.
Assista meu vídeo: Aumento da testosterona – Cinco maneiras cientificamente comprovadas
Conclusão dos Hormônios e ligação com Artrite
É importante entender como os hormônios desempenham um papel na patogênese autoimune.
Todos os pacientes com doenças autoimunes, especialmente artrite inflamatória, devem tratar desequilíbrios hormonais e deve-se ter muita cautela na prescrição do tratamento, como também não se deve tratar mulheres apenas com estrogênio não bioidêntico.
Medir os níveis de hormônio sérico, salivar ou urinário é importante.
Outros hormônios, tais como cortisol, prolactina, insulina, etc, também impactarão a resposta do sistema imunológico se desequilibrados.
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Gatilhos ambientais, como dieta, estilo de vida, infecções microbianas, infecções virais e exposição tóxica, também podem levar ao aumento da estimulação das respostas do sistema imunológico.
Sendo assim, o tratamento de pacientes com doenças autoimunes deve analisar todos estes fatores.