Como usar a Glutamina sem Riscos

Como usar a Glutamina sem Riscos

Hoje vou conversar com vocês sobre como usar a Glutamina sem riscos. A Glutamina, que é um dos 20 aminoácidos que encontramos em alimentos ricos em proteínas.

Temos muitas perguntas interessantes para esclarecer sobre a glutamina; quais os seus benefícios, quem pode aproveitar ao máximo o suplemento, e quem deve passar longe dele.

Também, como usar de forma segura, se ela deve ser tomada em jejum ou com alimentos. E, é claro, não poderia deixar de falar sobre a polêmica que envolve a glutamina e o câncer.

A Glutamina é perigosa? Como usar a Glutamina sem riscos

Quando falamos na glutamina, ela é mais do que um simples aminoácido; ela é o mais abundante dos aminoácidos na nossa corrente sanguínea, e é uma peça-chave na construção de proteínas, que são os alicerces de todas as nossas células.

Quando falamos de aminoácidos, estamos falando da essência de nossa saúde, do combustível que mantém a máquina do nosso corpo funcionando a pleno vapor.

Agora, sem a glutamina, nossa estrutura – essa fábrica incrível – não poderia operar eficientemente.

A glutamina é super utilizada pelas células do nosso corpo: Olha o tamanho da importância da glutamina.

As proteínas que consumimos na nossa dieta são compostas por longas cadeias de aminoácidos ligados por ligações peptídicas.

Durante a nossa digestão, enzimas específicas, como as proteases, quebram essas ligações peptídicas nas proteínas, liberando aminoácidos individuais ou pequenas cadeias de aminoácidos.

Então, esses aminoácidos livres são absorvidos pelo intestino delgado e transportados para a corrente sanguínea, onde podem ser utilizados pelas nossas células do corpo para sintetizar novas proteínas que são necessárias para várias funções, como reparo celular, crescimento, produção de enzimas e hormônios, entre outras funções vitais.

Então, a glutamina se destaca por ser um aminoácido essencial, essencial mesmo, no sentido de que sem ela, certas proteínas simplesmente não podem ser formadas.

Isso mostra o quão vital ela é para a nossa saúde e nutrição. Independentemente da fonte de proteína que você preferir, como a animal ou vegetal, a glutamina é a chave.

Mas é importante saber que as proteínas animais tendem a fornecer aminoácidos mais digeríveis do que as proteínas vegetais.

E aqui vai um ponto superinteressante: em momentos de estresse para o corpo, seja por catabolismo (que é quando perdemos tecidos), ou quando temos infecções, inflamações, ou até mesmo após uma cirurgia ou uma queimadura, a demanda do nosso corpo por glutamina vai lá pra cima.

Isso só reforça o papel vital que ela desempenha não só na manutenção da nossa saúde, mas também na nossa recuperação.

Agora, você pode se perguntar: Tá, mas como eu posso me beneficiar de suplementos de glutamina?

E existem momentos em que ela não é recomendada? Então vamos desvendar essas questões.

Mas eu tenho que falar que existe um debate acalorado sobre a glutamina e uma condição específica: o câncer.

A Controvérsia Glutamina e Câncer

Esse é um ponto delicado e extremamente importante da nossa conversa: o uso da glutamina por pacientes diagnosticados com câncer.

Quero deixar uma coisa bem clara desde o início: até agora, não existe evidência de que o consumo de glutamina cause câncer.

Mas, quando falamos de pacientes que já estão enfrentando essa doença, a história muda um pouco.

Pacientes com câncer muitas vezes enfrentam uma grande perda de energia, especialmente nas fases mais avançadas da doença.

Lembra que falei que a glutamina é super utilizada pelas células do corpo como importante fonte de energia?

O problema é que ela não só alimenta nossas células saudáveis mas, infelizmente, também pode alimentar as células cancerígenas.

Este é um ponto fundamental que precisamos entender: a glutamina nutre todas as células do corpo, sem distinção.

Se por um lado a glutamina é essencial para a saúde do nosso intestino e para a nossa energia, quando falamos de câncer, ela também pode acabar alimentando as células malignas.

Vamos dar uma pausa aqui e falar sobre como o câncer se alimenta. Todos nós já ouvimos falar que o açúcar é, digamos, um “prato preferido” do câncer, certo?

Essa relação foi até mesmo evidenciada por um cientista alemão no início do século passado, que ganhou até o Prêmio Nobel por suas descobertas sobre o metabolismo do câncer e o açúcar.

A voracidade do câncer pelo açúcar é bem documentada, e um bom exemplo disso é o exame de PET Scan.

Este exame é usado para localizar o câncer no corpo, funciona através da detecção de células malignas que consomem uma grande quantidade de glicose marcada, o que mostra pra gente o apetite insaciável do câncer pelo açúcar.

Então, o açúcar é indiscutivelmente a primeira e maior fonte de alimento para o câncer.

Agora, o segundo “alimento” preferido para o câncer, e aqui está a parte que muitos podem não conhecer, é a glutamina.

E é por isso que, especialmente em contextos de suplementação, a glutamina pode ser contraindicada para pacientes com câncer.

Estamos diante de um paradoxo: enquanto a glutamina é vital para a saúde e energia do nosso corpo, ela também pode alimentar as vias metabólicas que sustentam o crescimento do câncer.

Por isso alguns médicos indicam também como parte do tratamento em casos de câncer, uma dieta vegetariana, reduzindo um pouco o consumo das proteínas mais ricas em glutamina.

Mas atenção! Para as pessoas saudáveis, sem diagnóstico de câncer, a glutamina continua sendo uma aliada poderosa para a saúde, especialmente quando falamos de nutrição, saúde intestinal, recuperação muscular e fortalecimento do sistema imunológico.

Glutamina e Doenças Inflamatórias Intestinais

Se você tem uma doença inflamatória, como por exemplo uma doença de Crohn, ou uma doença celíaca ou qualquer patologia intestinal, essas doenças podem levar a uma condição conhecida como “intestino hiperpermeável” ou “leaky gut”, onde o revestimento do intestino fica danificado, permitindo que partículas de alimentos, bactérias e outros elementos entrem na corrente sanguínea.

Isso pode desencadear uma reação inflamatória e, em alguns casos, até levar ao desenvolvimento de doenças autoimunes.

Tenho um ponto interessante pra contar pra vocês. Sir Hans Adolf Krebs, o bioquímico que descobriu o ciclo de Krebs, foi o primeiro a recomendar a L-glutamina para tratar problemas intestinais.

Krebs, foi ganhador do Prêmio Nobel, e ele identificou que a glutamina ajuda a melhorar a resposta imunológica no intestino.

E pesquisas seguintes confirmaram que a L-glutamina pode normalizar respostas imunes e reduzir a inflamação intestinal, auxiliando também na recuperação de sensibilidades alimentares.

Porque quando a gente está com o intestino hiperpermeável, a gente começa a reagir a tudo, fica com sensibilidades alimentares diversas.

E com isso descobrimos que a glutamina desempenha um papel vital na manutenção de uma microbiota intestinal saudável e na imunidade geral, reduzindo a colonização por patógenos, o que pode diminuir o risco de problemas variados.

Um estudo de 2018, divulgado na revista Nutrients, descobriu que a glutamina é muito importante para o nosso sistema de defesa, o sistema imune.

Isso porque ela vai ajudar as células de defesa do corpo, conhecidas como linfócitos, a se multiplicarem e a produzirem substâncias que combatem infecções.

Além disso, ela auxilia outras células imunológicas, os macrófagos, a literalmente engolir e destruir micróbios nocivos, e ainda ela vai ajudar na eliminação de bactérias por um tipo de célula chamada neutrófilos.

Por isso, a glutamina é recomendada na dieta de pessoas com o sistema imunológico enfraquecido.

Importância da Glutamina para o Sistema Imunológico

Agora, falando melhor de doenças intestinais, existem milhões de pessoas enfrentando a tal da síndrome do intestino hiperpermeável, é importante entender que esta condição é frequentemente a raiz, o gatilho das doenças autoimunes.

A glutamina, sendo a principal fonte de combustível para as células do nosso intestino delgado, ela tem se mostrado eficaz na promoção da saúde intestinal, ajudando a reparar a parede danificada e tratando esse intestino danificado e com buraquinhos.

Outras pesquisas, incluindo um estudo na Lancet, mostrou que a suplementação com L-glutamina pode diminuir essa hiperpermeabilidade intestinal e também sugeriu benefícios para condições como colite ulcerativa e doença inflamatória intestinal, além de ser promissora no tratamento de úlceras estomacais, oferecendo uma alternativa natural aos antibióticos.

A glutamina ajuda também a equilibrar a produção de muco, resultando em um trânsito intestinal mais saudável, e também fortalece a saúde do intestino como um todo.

Glutamina e Desempenho Atlético

Além da imunidade e saúde intestinal, a glutamina é uma verdadeira aliada para quem busca melhorar o desempenho atlético, acelerar a recuperação muscular e aumentar o metabolismo.

Sabia que durante um treino pesado, seu corpo vai precisar de mais glutamina do que você consome na sua dieta?

E após um exercício intenso, os níveis dessa substância podem cair bastante, o que pode levar o corpo a buscar energia nos músculos ao invés de nos carboidratos.

E isso não é legal porque pode prejudicar quem está tentando ganhar músculos, certo?

Ah, eu quero que você entenda que a glutamina, ela por si só, não faz ganhar músculos, mas sim ajuda na recuperação muscular pós exercícios.

A glutamina pode ajudar a prevenir a perda muscular, apoiando seus músculos a se recuperarem.

Isso porque ela ajuda a aumentar a força e a reparar os tecidos musculares mais rapidamente, reduzindo o tempo de recuperação. E isso vale também para outras situações como feridas ou queimaduras ou qualquer recuperação de tecidos.

Glutamina e Saúde Metabólica

A glutamina pode ser uma grande aliada para a sua saúde metabólica e cardíaca.

Isso porque estudos apontam que a sua suplementação pode aumentar bastante os níveis do hormônio do crescimento humano, o que acelera o metabolismo e pode ajudar na queima de gordura e na construção de músculos magros ou massa magra.

Isso é especialmente interessante para quem busca perder peso ou melhorar a composição corporal.

Em diabéticos tipo 2, a suplementação com glutamina mostrou melhorias na saúde cardiovascular e na composição corporal, beneficiando não apenas quem tem diabetes, mas também quem está lutando contra a vontade constante de consumir açúcar e carboidratos.

Assista meu vídeo O Que Acontece com sua SAÚDE Quando Você Corta o AÇÚCAR por 30 Dias – Dr Alain Dutra

Glutamina e a saúde do cérebro

E a glutamina desempenha um papel interessante também na saúde do cérebro.

Como precursora do neurotransmissor glutamato, ela é fundamental para manter esse equilíbrio no cérebro e pode ajudar a prevenir e tratar uma série de condições neurológicas, incluindo ansiedade, depressão, epilepsia, transtorno bipolar, esquizofrenia e até mesmo a dependência de álcool.

Estudos mostram que a glutamina pode ajudar a proteger o cérebro de danos e retardar o envelhecimento cerebral.

Certo pessoal? São muitos benefícios importantes, mas eu falei especialmente dos principais, aqueles que têm mais estudos realizados.

Mas então, qual seria a dose ideal?

Normalmente, recomendo cinco gramas de glutamina, de uma a três vezes ao dia, isso vai depender de cada caso, por isso é importante fazer uso com acompanhamento de um médico ou nutricionista.

Mas uma dose de 5 gramas ao dia é bastante segura. Bom, se você está passando por um período onde o sono é escasso, o trabalho é excessivo, ou qualquer situação está exigindo demais de você, saiba que esse estresse contínuo pode afetar negativamente a sua saúde geral.

Nesses momentos, a glutamina emerge como um suporte importante.

Ela atua melhorando nossa capacidade antioxidante e contribui significativamente para a saúde intestinal, minimizando o risco de infecções ou perda excessiva de massa muscular.

Então, esse é um momento interessante para considerar usar a glutamina.

Quando mais podemos usá-la? Como e Quando usar a Glutamina?

Como ela é uma aliada na proteção do intestino, você pode incluir a glutamina especialmente durante o uso de antibióticos.

Você pode tomar a glutamina cerca de 10 minutos antes de um antibiótico porque isso pode ajudar a proteger seu intestino dos efeitos adversos do medicamento, reduzindo a permeabilidade aumentada que aquela medicação vai causar.

É uma prática que recomendo durante todo o ciclo do antibiótico pra preservar a integridade intestinal.

Como ela já se mostrou bastante eficaz, especialmente porque o intestino aproveita bem a glutamina pra sua própria saúde, é preferível que você a tome em jejum para que o intestino possa absorver e utilizar o aminoácido de uma maneira mais eficiente.

Assim, você pode consumir a glutamina ao acordar, em jejum, ou antes de dormir, também em jejum, para garantir que o intestino seja o principal beneficiado.

Por outro lado, se você tem sensibilidade estomacal ou a saúde intestinal está muito bagunçada, consumir glutamina com alimentos pode ser mais apropriado, promovendo uma absorção mais suave e diminuindo desconfortos gastrointestinais.

Para uma absorção ótima, é aconselhável tomar glutamina com o estômago vazio, especialmente se seu objetivo é maximizar seus benefícios sistêmicos, como melhoria da performance esportiva ou recuperação muscular.

Isso evita a competição com outros aminoácidos dos alimentos, facilitando uma absorção direta.

Além disso, para quem busca elevar os níveis do hormônio do crescimento, a glutamina pode ser uma excelente escolha.

Você pode tomar a glutamina antes de dormir para potencializar a produção desse hormônio durante o sono ou consumi-la antes de exercícios em jejum.

Mas, esteja ciente de que, para alguns, a glutamina antes de dormir pode levar à insônia. Se esse for o caso, ajustar o horário de ingestão será necessário.

Espero que essa conversa tenha esclarecido algumas dúvidas e, quem sabe, te inspirado a cuidar mais da sua saúde.

Referências sobre como usar a glutamina sem riscos

Dr. Alain Dutra
Dr. Alain Dutrahttps://artigos.alainuro.com
Dr. Alain Dutra é médico urologista. Além dos aspectos tradicionais de uma consulta médica, busco avaliar a sua vida como um todo, para entender onde seus hábitos de vida (sejam esses alimentares, de exercícios ou níveis de estresse) estão contribuindo para o seu atual estado de saúde.

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