Sarcoidose – Conheça sobre essa doença autoimune
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A sarcoidose é uma doença autoimune inflamatória na qual granulomas, ou aglomerados de células inflamatórias, se formam em vários órgãos. Isso causa inflamação dos órgãos.
Embora possa afetar qualquer órgão, esta doença tem maior acometimento pulmonar, presente em 80% a 90% dos pacientes.
Esses granulomas (nódulos) geralmente começam nos pulmões, na pele e nos gânglios linfáticos, mas muitas pessoas têm alguns nódulos de sarcoidose nos olhos (que podem causar um tipo de uveíte) e no fígado.
A doença também pode afetar mais órgãos à medida que piora, e é mais perigosa quando os nódulos começam a afetar a função dos órgãos.
A sarcoidose é decorrente de resposta inflamatória a um antígeno ambiental em indivíduos geneticamente suscetíveis.
Existe predisposição genética para sarcoidose?
A predisposição genética à doença é sugerida pelos casos familiares de sarcoidose e pela alta prevalência e incidência entre indivíduos de grupos étnicos e raciais diferentes. Mas a prevalência ainda é maior em negros e mulheres.
Vários estudos demonstram a associação entre os alelos do HLA classe II e a sarcoidose. Sugere-se que alguns alelos conferem susceptibilidade à doença (HLA-DR 3, 5, 8, 9, 11, 12, 14, 15, 17, HLA-DPB1, HLADQB1).
Existem gatilhos para contribuírem com o aparecimento da Sarcoidose?
A hipótese de que os agentes ambientais provoquem a sarcoidose é sustentada pela variação sazonal da doença e por sua ocorrência em grupos fechados de profissionais ou isolados geograficamente, como os bombeiros, tripulações de navios, cortadores de madeira, carteiros, mecânicos, profissionais da saúde, fotocopiadores etc.
As poeiras orgânicas e inorgânicas também já foram relatadas no desenvolvimento do processo, assim como Pesticidas e o Tabagismo.
Sabe-se que o berílio e o alumínio produzem granulomas sarcoideos idênticos aos da sarcoidose.
Entre os antígenos infecciosos estão vírus, bactérias e fungos (mofo e bolor) e especialmente o Mycobacterium tuberculosis.
Outros antígenos infecciosos foram relacionados à sarcoidose, como Rhodococcus equi, espécies de Nocardia, Propionibacterium, Corynebacterium, de espiroquetas, espécies fúngicas, o Tropheryma whipplei, e linhagens de vírus.
Quais são os sintomas da Sarcoidose?
Os sintomas podem depender de onde os nódulos estão localizados. Como a doença afeta mais frequentemente os pulmões, os sintomas da sarcoidose geralmente incluem:
- Tosse (geralmente seca)
- Falta de ar
- Dor no peito
Outros sintomas:
- Suor noturno
- Perda de peso
- Dor nas articulações
- Anemia
- Fadiga (sensação de cansaço)
- Depressão
- Problemas oculares ou visuais
- Linfonodos inchados ou sensíveis no pescoço, axilas ou virilhas
- Problemas de pele, como manchas coceira ou descoloridas, feridas ou caroços nas costas, pernas, braços, couro cabeludo ou perto do nariz e dos olhos
Os casos de sarcoidose também podem ser classificados como agudos ou crônicos:
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Sarcoidose aguda
Os casos são resolvidos sozinhos dentro de alguns meses ou anos. Os pacientes podem perceber que os sintomas comuns da sarcoidose podem melhorar por conta própria, mesmo sem tratamento, principalmente se não tiverem sido diagnosticados com as formas graves dessa doença.
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Sarcoidose crônica
Ocorre quando um paciente apresenta sintomas agravados na medida em que a condição afeta severamente sua rotina diária. Os pacientes também percebem múltiplos granulomas dentro de um órgão.
Como é diagnosticada a sarcoidose?
Pode ser difícil diagnosticar sarcoidose. Os sintomas podem ser semelhantes aos de outras doenças, como a artrite e como muitas doenças autoimunes pode-se levar até anos para o diagnóstico correto.
O exame físico no consultório é importante pois se verifica inchaços, erupções cutâneas, linfonodos inchados, comprometimento dos pulmões e coração.
Deve-se também prestar atenção aos relatos de sintomas e histórico familiar, histórico de trabalho e de outras doenças do paciente.
Também seu médico deve pedir radiografia de tórax, tomografia computadorizada, teste de função pulmonar, exames oftalmológicos, exames de sangue como o FAN, função hepática e renal, as quantidades de dióxido de carbono e oxigênio no sangue e a presença de outras infecções e doenças.
Para saber mais sobre doenças autoimunes, veja esse post!
Como você pode impedir a progressão da sarcoidose?
A prevenção da sarcoidose começa por evitar ou parar de fumar, pois isso pode afetar negativamente a função pulmonar adequada, causar falta de ar que pode piorar as lesões do tubo respiratório e levar ao desenvolvimento de bronquite ou enfisema.
Fumar agrava qualquer doença pulmonar, e sabe-se que um dos principais alvos da sarcoidose são os pulmões.
- Evitar a exposição prolongada a poeira, produtos químicos, mofo, fumos e produtos tóxicos.
- Beber oito copos de água filtrada de boa qualidade diariamente.
- Dormir adequadamente.
- Lavar as mãos corretamente, higiene adequada.
- Exposição solar adequada.
- Alimentação com verduras e legumes e gorduras boas.
- Evitar alimentos processados, com conservantes, corantes e açúcares.
Como é feito o Tratamento convencional
No tratamento convencional o médico prescreve medicamentos se a sua inflamação for grave. Isso pode incluir corticoides ou medicamentos imunossupressores (medicamentos que suprimem o sistema imunológico), porém é importante lembrar que altas doses de corticoides, estão ligadas a efeitos colaterais como ganho de peso, alterações de humor, osteoporose e maior risco de complicações como pedras nos rins.
Como é feito o Tratamento natural e alternativo
O importante para lutar contra os sintomas e a progressão da sarcoidose é combater a inflamação e modular o sistema imune.
Para isso, uma gama de nutrientes anti-inflamatórios podem ser usados. Assim como para modular a imunidade é importante tratar também os intestinos, como sempre falo em meus posts e vídeos.
Para saber mais sobre como tratar os intestinos, assista esse vídeo!
Suplementos que ajudam na diminuição da inflamação:
- Cúrcuma longa
- Bromelina
- Suplemento probiótico contendo a cepa Lactobacillus Acidophilus.
- Óleo de peixe
- Unha de gato
- Cogumelo reishi
- Monolaurina
- Quercetina
- LDN – Doses baixas Naltrexona
A vitamina D, como sempre digo em meus artigos e vídeos, é uma moduladora do sistema imune e em muitas doenças pode ser aplicada.
Na sarcoidose, não é diferente, porém deve ser feita com acompanhamento médico pois necessita de uma avaliação mais detalhada e um conhecimento do quadro geral do paciente.
Para saber mais sobre a vitamina D, assista esse vídeo!
A detecção precoce, o monitoramento ativo e o tratamento, conforme necessário, podem ajudar a melhorar suas chances de controlar a doença e entrar em remissão.
De fato, cerca de 2 em cada 3 pessoas entram em remissão dentro de cinco anos – e muitas veem melhorias muito antes disso.
Referências:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19010653
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26868374
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962007000600010
https://www.thoracic.org/patients/patient-resources/breathing-in-america/resources/chapter-21-sarcoidosis.pdf