Para atrasar a morte levante pesos
Dois artigos recentes oferecem algumas revelações sobre os benefícios do treinamento de força, mesmo para as pessoas que claramente preferem corridas ou outros exercícios aeróbicos.
O primeiro é uma análise da ligação entre força, massa muscular e mortalidade, de uma equipe da Universidade de Indiana, usando dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição no EUA. Eles avaliaram 4.440 adultos com 50 anos ou mais que tiveram sua força e massa muscular avaliadas entre 1999 e 2002. Os pesquisadores voltaram em 2011 para ver quem havia morrido.
Eles utilizaram a forma mais precisa de avaliar massa muscular, um tipo de densitometria chamada DEXA scan. Verificaram que 23% dos estudados se enquadraram na definição de “baixa massa muscular”, com músculos totais nos braços e pernas que somavam menos de 20 kilos em homens ou 15 kilos em mulheres. Para a força, eles usaram um dispositivo que mede a força máxima dos extensores do joelho (os músculos que permitem que você estique o joelho) e descobriu que 19% das pessoas tinham baixa força muscular. Os resultados foram publicados na revista Medicine and Science in Sports and Exercise e descobriu-se que aqueles com baixa força muscular tinham duas vezes mais chances de morrer durante o período de acompanhamento do que aqueles com força muscular normal. No entanto, ter baixa massa muscular não parecia importar tanto. Então força é mais importante do que volume muscular.
Então qual é a moral da história ? A função é mais importante do que a aparência. Isso não significa que você deva deixar seus músculos derreterem enquanto envelhece. Ter uma boa reserva de massa muscular pode ser importante , especialmente se você tiver que ficar internado por algum tempo no hospital. Mas muita gente tem dificuldade de ganhar massa muscular, e para essas pessoas fica esse fundamental conceito de que ter força muscular é mais importante. Então mesmo que você não consiga ficar marombado continue malhando.
O segundo estudo que vamos discutir aqui partiu de pesquisadores que perceberam que as diretrizes públicas de saúde colocam os exercícios de força em último plano. E essas diretrizes pensam na musculação como uma forma de evitar fragilidade e melhorar a qualidade de vida e ignora potenciais benefícios na extensão da vida. Pesquisadores na Austrália analisaram dados de 80 mil adultos na Inglaterra e na Escócia, que completaram pesquisas sobre seus padrões de atividade física a partir dos anos 90. Eles averiguaram que aqueles que relataram fazer qualquer treinamento de força eram 23% menos propensos a morrer durante o período do estudo e 31% menos propensos a morrer de câncer. Treinar pelo menos duas vezes por semana ofereceu um benefício extra. E um detalhe interessante: Tanto faz malhar na academia com pesos como fazer exercícios com o peso do corpo em casa, como flexões e barra. Então se você não gosta de academia não tem desculpa. Os melhores resultados de todos – que foi uma redução de 29% no risco de mortalidade durante o estudo – surgiram naqueles que cumpriram as diretrizes tanto de exercícios aeróbicos como treinamento de força.