A medicação metformina é uma das mais antigas para tratamento de Diabetes e tem múltiplas outras aplicações em medicina, como tratamento de síndrome dos ovários policísticos, obesidade, síndrome metabólica, fígado gordo, e até prevenção de câncer.
Trata-se de uma biguanida, derivada da planta Galega officinalis (french lilac). Muitos alegam que não se trata de molécula sintetizada, sendo na realidade um derivado de fitoterápico.
Os mecanismos de ação da metformina são múltiplos e de certa forma misteriosos, e a cada dia surpreendentemente se descobre novas ações desta antiga droga.
Trabalho da revista Gut de 2014 demonstrou que a metformina tem ação na modulação da microbiota intestinal, aumentando a concentração da bactéria do bem Akkermansia sp. A presença desta bactéria esta associada com maior quantidade de camada mucina no epitélio intestinal, e isso de alguma forma diminui fatores inflamatórios e de hipermeabilidade nos intestinos (veja a aula sobre disbiose intestinal alain.med.br/live-disbiose). Outro mecanismo de ação proposto é a de aumento da ação do GLP-1 nas células intestinais aumentando liberação de insulina.
Além da metformina, o uso do pré-biótico oligofrutose, presente na alcachofra de Jerusalem, cebolas e bananas, também ajuda a aumentar a população intestinal de Akkermansia.
Infelizmente não se consegue ainda usar a Akkermansia como remédio (probióticos), por ser uma bactéria anaeróbica e não formar esporos.
Então o uso de metformina, devidamente prescrito por um médico e com acompanhamento adequado, pode ser uma boa alternativa para ajudar melhorar a disbiose intestinal, além do controle da glicemia, gordura do fígado e ajudar no controle do peso corporal.