Disfunção Erétil – Conheça as causas e tratamentos

Disfunção Erétil – Conheça as causas e tratamentos

Cientificamente falando, Disfunção Erétil (DE) é um termo médico que descreve a incapacidade de iniciar ou de manter o pênis ereto de forma adequada para a atividade sexual.

Saiba o que está por trás da Disfunção Erétil

Na prática esta condição é um dos problemas sexuais mais comuns em homens e piora progressivamente com o aumento da idade.

No Brasil e em vários países do Mundo, cerca de metade dos homens acima de 40 têm algum grau de disfunção erétil.

A maioria dos homens pode ter alguma dificuldade de ereção de vez em quando, mas para alguns homens é um problema frequente e mais grave.

A disfunção erétil (DE) pode causar baixa autoestima, ansiedade de desempenho, depressão e estresse.

Além disso, pode afetar muito negativamente a qualidade dos relacionamentos íntimos. No entanto, atualmente existem muitos tratamentos seguros e eficazes a disposição dos pacientes.

O que acontece em condições normais?

Para se conseguir uma ereção normal é necessária a associação e coordenação de vários fatores, como:

  1. Impulsos psicológicos oriundos do cérebro;
  2. Níveis adequados do hormônio masculino testosterona;
  3. Sistema nervoso central e periférico em bom funcionamento;
  4. E um tecido vascular do pênis saudável.

Quais são os fatores de risco e causas da disfunção erétil?

A disfunção erétil (DE) pode ser um sinal de alerta precoce de uma doença mais grave, tais como doenças cardíacas, pressão alta ou diabetes mellitus.

Diagnosticar e tratar a doença que causa disfunção erétil pode melhorar o seu bem-estar geral, bem como ajudar a restaurar sua saúde sexual.

Os fatores de risco mais comuns para a disfunção erétil são

  • Idade acima de 50;
  • Diabetes;
  • Pressão arterial elevada;
  • Colesterol alto;
  • Fumo;
  • Doença Cardiovascular.

Alguns hábitos adquiridos e cultivados ao longo da vida podem levar à degeneração do tecido erétil e levar ao desenvolvimento da disfunção erétil.

Alguns exemplos são:

  • Drogas ilícitas
  • Fumo
  • Álcool
  • Alimentos ricos em carboidratos e gorduras saturadas

Particularmente se forem consumidos ao longo de muitos anos.

Esses fatores irão comprometer a saúde dos vasos sanguíneos de todo o corpo e particularmente do pênis.

Outros causas de disfunção erétil

A falta de exercício, sedentarismo e obesidade

Também contribuem para o desenvolvimento da disfunção erétil.

Degeneração dos vasos sanguíneos do pênis

Se estas condições persistirem durante certo tempo, isso pode levar a uma degeneração dos vasos sanguíneos do pênis, e à restrição do fluxo sanguíneo das artérias penianas.

Isto acarreta danos no tecido erétil, o que permite o vazamento de sangue através das veias durante a ereção.

Modificar esses fatores de risco pode contribuir para a melhoria da saúde em geral ou até curar alguns indivíduos com a forma leve da doença.

Problemas psicológicos, emocionais

Atividade sexual requer a mente e o corpo trabalhando juntos e em harmonia.

Problemas psicológicos, emocionais ou de relacionamento podem causar ou agravar a disfunção erétil.

Entre eles está a depressão, conflitos de relacionamento, estresse em casa ou no trabalho ou ansiedade sobre o desempenho sexual.

Níveis baixos de testosterona

Níveis anormalmente baixos de testosterona circulante também podem causar disfunção erétil.

Alguns sintomas de queda da testosterona são baixo desejo sexual, falta de energia, distúrbios do humor, perda de força muscular e depressão.

Um simples exame de sangue pode determinar se o nível de testosterona está adequado ou não.

Doenças ou traumas físicos

Certas doenças ou traumas físicos podem levar a interrupção do envio de sinais nervosos do cérebro ou da medula espinhal para outras partes do corpo.

Estes sinais então podem não atingir o pênis durante o estímulo sexual, provocando a disfunção erétil.

Lesões ou cirurgias na região pélvica

Certas doenças, lesões ou cirurgias na região pélvica; como operações para cânceres de próstata, cólon, bexiga ou reto também podem danificar os nervos do pênis.

Radioterapias pélvicas também podem provocar o mesmo efeito.

Diabetes

A diabetes mellitus, doença muito frequente em nosso meio, é causa muito frequente de DE.

Isto ocorre por um mecanismo misto de dano ao tecido erétil, que inclui lesão nervosa e vascular.

Fuga venosa ou disfunção cavernosa

Em alguns pacientes ocorre a chamada fuga venosa ou disfunção cavernosa. Neste caso o pênis não consegue armazenar o sangue durante uma ereção.

Um homem com este problema não pode manter uma ereção porque o sangue não fica preso no pênis.

Esta condição pode ocorrer a qualquer homem, independe da idade, e felizmente é relativamente rara, mas quando ocorre exige tratamento cirúrgico.

Alguns Medicamentos

Alguns medicamentos, inclusive para tratamento de pressão alta e diabetes, podem também levar a disfunção erétil.

Nestes casos a saída é a troca da medicação com a supervisão do médico assistente.

Disfunção Erétil Ligada a Deficiência de Vitamina D

A deficiência de vitamina D foi associada a prevalência aumentada de disfunção erétil (DE) independentemente de risco de fatores para doença ateroesclerótica cardiovascular, de acordo com novo estudo (Atherosclerosis 2016;252:61-67).

Homens com níveis de 25OH-Vitamina D abaixo de 20 ng/ml apresentaram maior prevalência de DE (30%) e DE acentuada (80%), em comparação com homens com níveis ótimos – 30 ng/dl ou maior, após ajustes de vários fatores como comorbidades.

A cada diminuição de 10 ng/dl na Vitamina D foi observado um aumento de 12% na prevalência de DE.

Os pesquisadores salientam que estudos clínicos randomizados e controlados são necessários para determinar se a suplementação com Vitamina D pode ser ou não um futuro tratamento para DE.

Entre os mecanismos que poderiam explicar esta relação entre deficiência de Vitamina D e DE, está o metabolismo endotelial, já que a disfunção erétil é em última instância uma manifestação de disfunção endotelial.

A vitamina D pode melhorar a função endotelial ao aumentar os níveis de óxido nítrico, através da regulação da óxido nítrico sintetase endotelial.

O óxido nítrico é necessário para relaxamento dos músculos lisos dos corpos cavernosos e a subsequente ereção.

Eu já faço sistematicamente a reposição com Vitamina D em meus pacientes há bastante tempo. Cerca de 70% dos brasileiros tem alguma deficiência de Vitamina D.

Periodontite pode aumentar risco de disfunção erétil

Nova Revisão alerta que a doença crônica periodontal pode ser um fator de risco para disfunção erétil.

Sérgio Varela Kellesarian e colegas do Instituto de Saúde Bucal de Rochester, NY, identificaram 9 estudos publicados entre 2009 e 2015 que verificaram a relação de disfunção erétil e saúde bucal.

Dois destes estudos eram trabalhos randomizados e os restantes estudos transversais. O número de participantes variou entre 53 e 513.258, idades entre 20 e 85 anos.

Todos os estudos relataram um relação estatisticamente significante entre disfunção erétil (DE) e doença periodontal (DP), de acordo com publicação online da “American Journal of Men’s Health”.

Qual seria a explicação para esta relação?

Um possível motivo é o aumento de radicais livres (espécies reativas de oxigênio) provocadas pela inflamação das gengivas que poderia reduzir a biodisponibilidade de ácido nítrico, promovendo alteração no funcionamento na paredes dos vasos, inclusive dentro do pênis (o que é chamado de disfunção endotelial).

Estes achados ainda precisam ser confirmados por estudos mais rigorosos, inclusive com ajustes para doenças associadas como diabetes e doença cardíaca.

É sabido que doenças dos dentes e gengivas são provocadas por má higiene e excesso de consumo de açucares (carboidrato).

Recomendo a todo que prestem muita atenção a saúde bucal. Encontramos mais um motivo para a redução do consumo de carboidratos.

Como a DE é diagnosticada?

A disfunção erétil é diagnosticada por um urologista e para a maioria dos pacientes o diagnóstico requer uma história médica, exame físico e exames laboratoriais de sangue.

O importante é lembrar-se de não ter vergonha ao falar com seu médico e ser muito aberto e franco para que as melhores opções de tratamento possam ser oferecidas a você.

No exame físico o médico irá verificar a sua saúde e condição física. Ele vai procurar sinais de problemas com seus sistemas circulatório, nervoso e endócrino.

Isto inclui verificar sua pressão arterial, estado do pênis e testículos.

Outros exames feitos em consultório

Além do exame físico existem testes que podem ser feitos no consultório que incluem a Biotesiometria e o Doppler peniano sem registro com teste de ereção fármaco-induzida.

Estes testes não são dolorosos e podem fornecer informações valiosas sobre a causa da disfunção erétil.

A escolha dos testes e tratamento depende dos objetivos do indivíduo

Se a ereção retorna ao normal com tratamentos simples, como medicação oral, e se o paciente estiver satisfeito, podem não ser necessários mais exames ou tratamentos.

Se a resposta inicial ao tratamento é inadequada, ou o paciente ainda não estiver satisfeito, então novas medidas devem ser tomadas.

Em geral, quando opções de tratamento mais invasivo são escolhidas tornam-se necessários testes mais complexos.

Para aqueles casos em que a resposta ao tratamento oral não estiver sendo eficaz normalmente se recomenda um estudo mais aprofundado da anatomia vascular do pênis.

Ultrassonografia peniana

Uma das formas eficazes e não invasivas de se avaliar o tecido erétil do pênis é através da ultrassonografia peniana.

Este teste serve para avaliar as artérias e veias penianas, além dos corpos cavernosos.

Os corpos cavernosos são estruturas de tecido vascular dentro do pênis que se enchem de sangue durante o estímulo sexual e são os responsáveis diretos pela rigidez do pênis durante uma ereção.

A ultrassonografia pode ser aliada a um teste de ereção fármaco-induzida (ereção artificial provocada por medicamentos) para se avaliar com mais detalhes o tecido dos corpos cavernosos durante o momento da rigidez plena.

Este exame pode ser importante para se avaliar a necessidade de se usar medicamentos injetáveis ou de indicação de uma cirurgia de colocação de prótese peniana.

História médica detalhada 

A história médica precisa ser detalhada e inclui entre outras coisas:

  1. Detalhes da sua vida sexual;
  2. Histórico de doenças prévias
  3. Uso de medicamentos
  4. Hábitos e estilo de vida
  5. Cirurgias
  6. Doenças atuais em tratamento.

Tratamento para disfunção erétil

A primeira linha de tratamento para disfunção erétil é o uso de medicações orais conhecidos como inibidores da fosfodiesterase-5 (PDE-5).

Essas medicações melhoram os sinais naturais que são gerados durante o sexo, prolongando assim a ereção, ajudam a relaxar as células musculares do pênis, permitindo melhor fluxo sanguíneo e uma ereção mais rígida.

Estes medicamentos são muitas vezes eficazes, e quase 80% dos homens obtém alguma melhora.

Além dessas medicações da indústria farmacêutica existem vários fitoterápicos e nutracêuticos que podem ajudar, como:

  • Picnogenol;
  • Tribulus Terrestris;
  • Ginseng Coreano;
  • Maca peruana;
  • Entre muitos outros.

Plantas ricas em flavonóides podem reduzir risco de disfunção erétil

Homens que consomem regularmente alimentos ricos em flavonóides, como frutas, legumes, chá e vinho, podem ter um menor risco de disfunção erétil (DE), segundo um novo estudo.

Em particular:

  • Antocianinas (encontrada em blueberries, cerejas, amoras, groselhas negras, e rabanetes);
  • Flavanonas (encontrado em frutas cítricas), e;
  • Flavonas (encontrados em salsa, tomilho, aipo e pimentas), foram relacionados com os maiores benefícios para prevenção de DE .

“Os homens que consumem regularmente alimentos ricos em flavonóides são 10% menos propensos a sofrer de disfunção erétil…”

“…Em termos de quantidades, estamos falando apenas algumas porções por semana…”, disse o pesquisador-chefe Aedin Cassidy, PhD, professor de nutrição da Universidade de East Anglia em Norwich, Reino Unido, em um comunicado de imprensa .

Dados do Estudo

Durante 10 anos de acompanhamento, ocorreu DE em 35,6 % dos indivíduos, de acordo com resultados publicados online no American Journal of Clinical Nutrition.

Após o ajuste para fatores cardiovasculares e outros fatores como:

  • cafeína;
  • consumo de álcool;
  • índice de massa corporal;
  • tabagismo;
  • atividade física.

Os investigadores descobriram que classes específicas de flavonóides foram associados com menor incidência de disfunção erétil:

  • Flavonas ( -9 %);
  • Flavanonas (-11% );
  • Antocianinas (-9 %).

Homens com a maior ingestão de flavonóides de frutas obtiveram uma redução de 14 % no risco de DE.

Este impacto é equivalente a 2 a 5 horas de caminhada rápida por semana.

Novas evidências sugerem que flavonóides melhoram a função endotelial e controle da pressão arterial, o que ajuda a proteger a função erétil.

Consumir estes flavonóides específicos, como parte de uma dieta saudável também reduz o risco de diabetes e doença cardiovascular.

Para saber mais sobre hábitos saudáveis veja:

(1) Baseado em parte nas orientações da Associação Americana de Urologia (AUA)
https://www.icaro.med.br/movimento11

Dr. Alain Dutra
Dr. Alain Dutrahttps://artigos.alainuro.com
Dr. Alain Dutra é médico urologista. Além dos aspectos tradicionais de uma consulta médica, busco avaliar a sua vida como um todo, para entender onde seus hábitos de vida (sejam esses alimentares, de exercícios ou níveis de estresse) estão contribuindo para o seu atual estado de saúde.

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