Polifarmácia e depressão
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Não posso deixar de abordar esse tema, a “Polifarmácia”, pois cada dia recebo mais e mais pacientes no consultório com quadros de Depressão e Ansiedade.
Você já notou que o que mais abre por aí são farmácias?
A polifarmácia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é o uso rotineiro e concomitante de quatro ou mais medicamentos (com ou sem prescrição médica) por um paciente.
Embora seja mais comum entre os idosos, este problema afeta cada dia mais e mais pessoas, de todas as idades.
Os medicamentos mais frequentemente prescritos são:
- Anti-inflamatórios;
- Antibióticos;
- Antidepressivos;
- Opóides;
- Estatinas;
- Remédios para pressão arterial;
- Vacinas
A polifarmácia e efeitos colaterais
Como já sabemos, todos os medicamentos têm o risco de efeitos colaterais.
Mas um estudo da Universidade de Chicago de 2018 foi o primeiro a demonstrar que o uso simultâneo de medicamentos prescritos está associado a uma maior probabilidade de depressão e riscos de suicídios.
O estudo incluiu um amplo espectro de medicamentos comumente prescritos, tais como: contraceptivos hormonais, beta-bloqueadores, para pressão arterial e medicamentos cardíacos, inibidores da bomba de prótons, antiácidos e analgésicos.
Um estudo dinamarquês concluiu que os contraceptivos hormonais aumentam o risco de suicídio e tentativa de suicídio em mulheres anteriormente mentalmente saudáveis e vários outros estudos associaram a contracepção hormonal à depressão e aos efeitos adversos do humor.
Assista meu vídeo Depressão e TPM? Conheça uma opção natural de tratamento
A depressão também tem sido consistentemente associada ao tratamento com interferon da hepatite C.
Além disso, muitos anti-hipertensivos comumente usados também têm sido associados à depressão como efeito adverso.
Uso indiscriminado de outros medicamentos
Para piorar a situação, 75% das pessoas que tomam medicamentos prescritos também tomam pelo menos um medicamento que não necessita de prescrição médica regularmente, o que aumenta ainda mais o risco de efeitos adversos de medicamentos e a prevalência de depressão simultânea.
No geral, os pesquisadores encontraram padrões semelhantes de depressão concomitantemente com a polifarmácia em análises restritas que excluíram qualquer pessoa que usasse medicamentos psicotrópicos (incluindo antidepressivos), bem como padrões semelhantes para drogas que listavam o suicídio como um potencial efeito colateral.
Adultos com hipertensão que usavam três ou mais medicamentos (que têm depressão como efeito adverso potencial) também foram significativamente mais propensos a relatar depressão do que adultos com hipertensão que não usavam esses medicamentos.
Os resultados deste estudo sugerem que, em termos de desenvolver depressão, tomar múltiplos medicamentos comuns simultâneos – que não têm nada a ver com a depressão – pode ser tão perigoso quanto tomar medicamentos para os quais a depressão e o risco de suicídio são conhecidos efeitos colaterais.
Inúmeros estudos sugerem que a polifarmácia também está em ascensão, e à medida que mais e mais pessoas adicionam mais e mais medicamentos, o problema da polifarmácia-depressão só pode piorar.
Assista meu vídeo Depressão – uso de antidepressivos naturais
Com a Pandemia atual a polifarmácia piorou ainda mais…
Com um sistema de saúde orientado por especialistas, que têm uma tendência a ver os problemas de saúde fragmentados, isto é, cada um cuida somente da própria especialidade, só piora o problema.
Pois, cada especialista prescreve um medicamento diferente, sem, muitas vezes, se preocupar com interações medicamentosas entre eles e as reações adversas.
Além de tudo, muitos pacientes se automedicam, usando medicamentos que não precisam de prescrição médica. (Não é por acaso que temos, hoje em dia, uma farmácia a cada esquina!)
O que devemos fazer, então, para diminuir os riscos?
Ter a consciência dos riscos, efeitos colaterais e a educação sobre alternativas naturais e mais seguras.
Os casos crônicos devem ser avaliados individualmente e tratados, em primeiro lugar, com alternativas mais naturais, e somente em último caso usar medicações alopáticas.
Temos, por exemplo, a tiamina — ou vitamina B1 — que é surpreendentemente eficaz para ansiedade e depressão.
Ela é frequentemente chamada de vitamina “anti-estresse”. Baixos níveis de tiamina sanguínea estão ligados ao transtorno de ansiedade generalizada.
Em um estudo, os pesquisadores acompanharam 200 pacientes com transtornos de ansiedade e descobriram que tratá-los com 250 mgs por dia levou a uma melhora clínica em 73% dos pacientes.
Você pode obter a vitamina B1 ingerindo miúdos, ervilhas, carne de porco, feijão e sementes de girassol.
Além disso, diversas ervas e terapias podem ajudar na depressão e ansiedade.
Vou deixar aqui alguns vídeos e materiais sobre tratamentos naturais para a Ansiedade e Depressão.
Que tal conversar com o seu médico e pesquisar sobre alternativas que não o levem a polifarmácia e, consequentemente, ao risco de depressão?
Consulte seu médico antes de retirar ou iniciar qualquer suplemento ou medicamento.
MATERIAIS EXTRAS
VÍDEO – Depressão – uso de antidepressivos naturais
VÍDEO – Ansiedade: Como Controlar Com Produtos Naturais
ARTIGOS
- Riscos das medicações antidepressivas na gestação
- Erva de São João – Conheça uma opção natural de tratamento para depressão e TPM
- SIFO – Síndrome Fúngica uma epidemia silenciosa
- Toxicidade pelo Mofo – Uma doença ambiental negligenciada
Pesquisas e Referências
- https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18184532/
- https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2684607
- https://www.consumerreports.org/prescription-drugs/too-many-meds-americas-love-affair-with-prescription-medication/#nation
- https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27341438/
- https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24073682/
- https://ajp.psychiatryonline.org/doi/10.1176/appi.ajp.2017.17060616