Trabalho realizado no Royal Brisbane & Women’s Hospital em Queensland, Austrália, e publicado no respeitadíssimo jornal Lancet. Um dos primeiros estudos prospectivos randomizados sobre o assunto, em que 326 pacientes foram sorteados igualmente entre dois grupos com o mesmo número de participantes; um grupo foi submetido a cirurgia aberta convencional e o outro a cirurgia robótica. Apenas um médico operou todos os pacientes do grupo aberto e um outro médico fez todas as operações robóticas. Tanto as funções urinária como sexual foram similares nos dois grupos após 12 semanas de acompanhamento. Em termos de margens cirúrgicas positivas (evidência de que o tumor já estava com invasão local no momento da remoção da próstata), os resultados foram semelhantes nos dois grupos.
Porém em alguns parâmetros a cirurgia robótica foi superior; com tempos de internação menores, menos perda de sangue no intra-operatório, menor tempo de cirurgia e menos efeitos adversos. Curiosamente, no entanto, estas vantagens não se traduziram em um retorno mais rápido ao trabalho.
Os pesquisadores reconhecem que em um seguimento mais longo é provável que haverá maiores divergências de resultados entre os grupos.
Uma recomendação meio antiga ainda é válida: mais importante do que a técnica escolhida pelo médico para efetuar a cirurgia é a experiência do cirurgião na técnica empregada; além do fato de ser importante o paciente nele confiar e ter um bom relacionamento com o cirurgião. Então se você vai se submeter a uma cirurgia para câncer de próstata se preocupe mais com a experiência do médico em efetuar a cirurgia do que exatamente com a técnica empregada.