Casos de medicações retiradas de circulação por efeitos colaterais graves e mortes
Índice do Artigo
As 4 medicações retiradas de circulação por seus efeitos colaterais graves e mortais!
O escândalo do medicamento talidomida
A talidomida começou a ser comercializada no fim dos anos 1950 como uma “droga mágica” contra náuseas, dores de cabeça e insônia.
Era especialmente indicada para gestantes porque combateria o enjoo da gravidez. A marca Contergan foi a primeira do fármaco a ser lançada no mercado e não demorou a se transformar em um dos medicamentos líderes de vendas.
A talidomida foi criada pelo médico alemão Heinrich Mückter, que participou dos experimentos nos campos nazistas onde drogas e vacinas inventadas por ele foram testadas em prisioneiros sem consentimento levando muitos a morte.
No Brasil, o medicamento era fabricado pelo Instituto Pinheiros, em uma cooperação com a alemã Chemie Grünenthal, aqui assumindo o nome Sedalis – depois vendido também com outros nomes, como Sedalis 100, Sedin e Slip.
O problema era que ela tinha entre seus efeitos colaterais o de produzir malformação fetal, e os primeiros relatos desses efeitos foram totalmente ignorados pelo fabricante.
O principal efeito colateral grave da medicação era a focomelia, uma atrofia congênita dos braços e das pernas que faz com que os membros sejam mais curtos e, frequentemente, deformados. Há também casos de malformações nos órgãos internos.
Só em 1962, depois de muita pressão, o medicamento foi retirado do mercado. Mais de 10 mil bebês em 45 países foram afetados, e metade morreu.
Aqui no Brasil várias famílias com crianças afetadas recebem indenização vitalícia da empresa Alemã.
Esse é o primeiro da lista das medicações retiradas de circulação.
Caso do medicamento Vioxx
O Vioxx, fabricado pela Merck e prescrito para artrite e dor aguda, foi retirado de circulação em 2004 por provocar ataques cardíacos e AVCs com o uso continuo.
Nos 5 anos em que circulou nas farmácias, pelo menos 47 mil pessoas morreram ou sofreram lesões irreversíveis usando a medicação – um número ainda mais notável do que o caso da talidomida – mas em plena vigência das regulamentações oficiais da droga.
E ninguém sabe exatamente quantas pessoas mais realmente morreram.
Medicações retiradas de circulação – Campeão de vendas
O Vioxx era um dos campeões de vendas no mundo, com mais de 80 milhões de consumidores.
No Brasil, apenas alguns meses antes de ele ser retirado do mercado, a IstoÉ Dinheiro informava que o remédio havia acabado de “interromper 20 anos consecutivos de liderança do poderoso Cataflam, da Novartis”.
Ainda segundo a matéria, ele custou US$1 bilhão para ser desenvolvido e rendia US$1,26 bilhão por ano.
E, para constar: em 2007, a Merck aceitou pagar US$ 4,85 bilhões em indenizações, mas mesmo assim teve um lucro de US$ 3,3 bi naquele ano.
Depois que a Merck foi processada pelas complicações com o Vioxx, documentos mostraram que a empresa conhecia muito bem os riscos da medicação havia anos.
Link do estudo:
Paxil e a onda de suicídio
Esse é o terceiro da lista das medicações retiradas de circulação.
Paxil, antidepressivo da gigante farmacêutica GSK (GlaxoSmithKline) cuja eficácia e segurança para uso em crianças e adolescentes foi “garantida” pela fabricante através de um ensaio fraudulento.
A fraude só foi descoberta quando a GSK foi processada… E então se soube que os estudos revelando a ineficácia haviam sido ocultados.
Pior ainda, entre os dados ocultados estava o fato que “pelo menos oito crianças tornaram-se suicidas tomando Paxil, em seu estudo”. Entre 2001 e 2005, haviam sido feitas cinco milhões de prescrições por ano desse remédio para menores de idade.
Milhares de crianças, adolescentes e adultos tentaram ou cometeram suicídio enquanto estavam usando Paxil em vários países.
Entre outras acusações, o laboratório GSK também teria cometido irregularidades na rotulação do antidepressivo Wellbutrin e deixado de informar aos usuários do Avandia, de maneira destacada na sua embalagem, os riscos do remédio provocar ataque cardíaco.
Caso da droga para Diabetes Avandia e seus efeitos colaterais
O medicamento para diabetes Avandia (Rosiglitazona) chegou ao mercado em 1999 e rapidamente se tornou um medicamento de sucesso.
Em 2006, sua receita anual era de mais de US $ 3 bilhões, mas isso mudou após um estudo alarmante publicado no New England Journal of Medicine (NEJM) em 2007.
O medicamento foi associado no estudo, a riscos significativamente aumentados de ataque cardíaco e morte cardiovascular, o que levou o FDA a restringir o acesso ao medicamento em 2010.
Em resposta a essa e às subsequentes evidências relacionadas, a Europa baniu o Avandia, retirando-o completamente do mercado.
Revisão do pedido de restrição
A FDA Americana anunciou que está revendo essas restrições para permitir o amplo acesso ao medicamento mais uma vez.
A decisão foi baseada na revisão de um estudo de 2009, conduzido pelo fabricante do medicamento, GlaxoSmithKline.
Embora a GSK tenha dito que os dados de segurança eram tranquilizadores, o estudo foi duramente criticado pelo Dr. Thomas Marciniak, um cientista da FDA que revisou os dados e disse que a empresa ignorou vários casos de pacientes que sofreram efeitos adversos graves.
Preocupações também foram levantadas em 2010, quando o New York Times revelou que a GSK não apenas escondeu dados negativos do estudo, mas também manipulou dados do estudo para seu benefício.
Em 2010 a Anvisa suspendeu o uso do medicamento em todo o País.
A GSK se declarou culpado de fraude em 2012 por não relatar problemas de segurança com o Avandia.
Saber quantas pessoas foram afetadas de verdade? Nunca saberemos, infelizmente!
Os medicamentos não são a solução para “curar” o diabetes tipo 2.
Em muitos casos, mudanças na dieta e no estilo de vida podem prevenir e até mesmo reverter essa condição com sucesso.
Dizer que esse mundo jaz do maligno é uma redundância mas a pergunta que eu faço pra mim mesmo é, como eu cheguei até aqui🤦